domingo, 31 de maio de 2009

Liberte-se entrevista Rafael Bitencour e Fabiana Groppo da TV BEIRA RIO


Rafael Bitencour é repórter, e Fabiana Groppo é assistente de editoria, assistente da chefe de reportagem e apresentadora de um programa de entrevistas.

Liberte-se: quanto tempo trabalha aqui?
Rafael Bitencour: Trabalho na TV Beira Rio há 1 ano e 10 meses.
Fabiana Groppo: Eu trabalho aqui há 7 anos.

L: Pode nos falar um pouco sobre a sua experiência profissional?
R. B.: No último ano da faculdade fiz estágio na Unimep TV. Cheguei a escrever para jornais como Freelance, Tribuna, Jornal de Nova Odessa – isso logo depois de formado. Aí já comecei minha carreira na TV, não como jornalista. Trabalhei em duas produtoras de vídeo: a Tempo D, por 1 ano e Arte 35, por 2 anos.
Durante 3, 4 meses fiquei fazendo as duas coisas, mas sai da produtora e fiquei só aqui.
F.G.: Trabalhei 2 anos e meio no Jornal da cidade em Rio Claro e TV Beira Rio também. De manhã na TV e a tarde e noite em Rio Claro. E depois trabalhei no Jornal de Piracicaba também. E faço assessoria de imprensa pro Instituto de Medicina e Sono de Piracicaba e Campinas.

L: Qual a sua rotina de trabalho?
R. B.: De segunda a sexta. Chego às 8h, geralmente eu saio logo cedo pra fazer matéria. A Fabiana, ela é pauteira, pega as pautas e me passa. Em média são 2 matérias por dia, 2 pautas por dia. Saio pra rua, volto, edito as matérias, deixo prontinhas para ir ao ar. 14h é minha hora de sair. Às vezes passa um pouquinho. Às vezes faço uma matéria só – dia que é light. Tem dia que faço 3. Mas é basicamente isso.
F.G.: Chego às 8h, faço uma avaliação do que está acontecendo na cidade, vou atrás de polícia, corpo de bombeiros. Se aconteceu alguma ocorrência policial eu passo a pauta para o repórter, Rafael, e ele vai atrás. A gente deixa programada a pauta no dia anterior, mas às vezes aparece uma ocorrência policial, ou um fato na política. Depois que eu faço a pauta, eu fico estudando a pauta para o dia seguinte também. E eu vou atrás dos entrevistados do programa que eu faço de entrevistas.

L
:
Quais são as maiores dificuldades que você enfrenta no dia a dia?
R. B.: Dificuldade é gente que não gosta de falar, não quer dar entrevista.
Enquête é uma coisa que eu gosto de fazer, mas dá trabalho porque tem que ser cara de pau.
Tem gente que não gosta de falar, que até foge, que é mal educado. Eu acho que o repórter tem que ser sempre receptivo, estar sempre de bem com a vida. Tem que passar uma imagem de que você está bem – muitas vezes não é verdade. Político também às vezes dá trabalho.
F.G.: Quando, por exemplo, no programa, a gente marca com o entrevistado e simplesmente ele liga desmarcando. Isso dificulta muito o nosso trabalho. Principalmente programa de estúdio. Outras dificuldades eu acho que não tem tanto. Por ser TV do interior, a gente precisaria ter mais recursos, ajudaria mais sempre estar com equipamento novo. Isso facilitaria bastante o nosso trabalho. Mas a gente está correndo atrás para melhorar a cada dia.

L:
Qual a sua opinião sobre a formação dos jornalistas?
R.B.: Eu acho importante. Eu acho que o jornalista formado tem mais condições de passar a matéria com ética. Ele é mais treinado pra isso, para a profissão. Tem pessoas não formadas que podem exercer a profissão muito bem. Mas eu acho que é minoria.
F.G.: Imprescindível. Está em discussão o fim da obrigatoriedade do diploma, mas eu questiono uma coisa: eu tenho colegas que trabalham como jornalistas, mas que não são formados em jornalismo. Eles são competentes, só que existe uma diferença quando você fala em ética. Quem se formou em jornalismo parece que tem mais discernimento, é mais imparcial. Existem pessoas boas que não têm o diploma que merecem continuar na área.

L:
E o que você acha, então, sobre a obrigatoriedade do diploma?
R.B.: Eu acho que deve ser obrigatório. Por um lado, garantir a nossa profissão, e garantir a boa qualidade do meio – do jornal, da TV, da internet, da rádio, que seja. Eu acho que quem é formado está mais preparado pra isso.

L: Quais os impactos da internet no Jornalismo?
R.B.: A internet é uma ferramenta muito boa pra gente, pelo fato de você ter a notícia ali na hora, logo depois de ter acontecido. Às vezes a gente está meio sem pauta aqui, acontece, a gente vê na internet uma matéria legal. Mas tem o lado ruim também. O nosso telejornal vai ao ar às 19h, às vezes a matéria aconteceu às 14h, o pessoal já está sabendo pela internet. Tem os dois lados da moeda. Mas a internet é uma ferramenta que veio pra ajudar, auxiliar em todos os sentidos. Não só na profissão, mas como um todo. Agradeço quem inventou a internet.
F.G.: Quando eu entrei aqui a internet já estava, claro, em evidência, mas a gente ainda tinha a questão de trabalhar com fax, telefone. Hoje não. Hoje a internet facilita muito a ida do jornalista. Quem não sabe trabalhar com internet parou no tempo. Quer dizer, não tem condições. É uma coisa muito fria, mas facilita muito. Nesses 9 anos (ela se formou em 2000, pela Unimep) eu percebi os reflexos da internet na profissão. O nosso dia a dia aqui mudou muito. Hoje, se a internet para aqui na nossa redação, a gente parece que está sem um braço e uma perna. A gente fica perdido.

L: Quais são os principais desafios do jornalismo?
R.B.: Ser ético, não se deixar corromper por políticos. Porque no meio você acaba criando uma convivência com políticos, com sindicalistas. Você tem que saber, profissionalmente, separar as coisas na hora que você está montando sua matéria. Talvez a principal ferramenta do jornalista seja a bagagem cultural. Eu, particularmente, vejo muitos jornalistas que não têm essa bagagem. Isso influencia diretamente na matéria.

Veja as entrevistas na íntegra:

Rafael Bitencour



Fabiana Grop
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Texto: Sabrina Franzol e Mariana Neves
Vídeos: Amanda Beltran e Jéssica Monteiro

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